Constipação ou “prisão de ventre”



A constipação é uma das doenças funcionais do intestino que mais atinge a população, em particular a população feminina.

Tem muitas definições de constipação, para simplificar falaremos de constipação quando a evacuação demora mais que 3 dias, ou se for num intervalo de tempo entre 1 e 3 dias, é percebida como “difícil”, com esforço ou com fezes muito endurecidas.

Pode ser acompanhada por dor abdominal, mal estar, náusea, distensão do abdome, perda de apetite: todos são sintomas muito molestos que afetam a qualidade de vida.

Tem uma discriminação que nós médicos fazemos nos casos de constipação: a constipação funcional e a Sindrome do Intestino Irritável tipo C (com constipação).

Os dois tipos são bem caracterizados nas linhas guias da Conferencia de Roma IV (aqui para os mais curiosos), mas simplificando ao máximo podemos falar de constipação funcional nos casos onde o funcionamento intestinal é afetado principalmente pelo estilo de vita (e dieta) dos pacientes, e de SII-C nos casos onde mecanismos mais profundos do funcionamento intestinal são mais comprometidos.

Em outros casos, tem problema na estrutura mesmo do intestino grosso, em outros tem problemas hormonais , problemas de disbiose (alteração da flora bacteriana intestinal),etc. Esses são os casos de constipação secundária.

A pergunta mais recorrente é: tenho que evacuar todos os dias?

A resposta é não: a frequência de evacuação é característica pessoal, do sexo, da idade. Só quem vende laxantes quer que você evacue todos os dias.

Nas mulheres por exemplo, é normal evacuar a cada dois dias (um dia sim e um dia não), e isso é ligado a estado hormonal, tipo de alimentação e estilo de vida. Aquilo que importa é a qualidade das fezes (tem que ser pastosas), e uma frequencia “razoável”, sem ter sintomas associados ou a percepção de “dificuldade” associada ao ato de evacuar.

Evacuar “mal” tem consequencias sobre a saúde?

Sim. Quem sofre com constipação, além de sofrer com vários sintomas, ter sua qualidade de vida afetada, tem um risco maior de desenvolver um câncer do cólon-reto. Daí a importância de resolver este problema.

Tem cura?

A resposta mais realista é : em muitos casos, grande maioria, sim. Mas a paciência é necessária, as vezes demora meses para resolver o seu problema. Não adianta passar em consulta uma ou duas vezes e achar que “magicamente” seu problema vai se resolver e desapareça.

A correção da dieta,exercício físico, introito de líquidos são fundamentais para todos os casos. Em outros, uns remédios tem que ser utilizados temporariamente para ajudar o intestino a recuperar a sua função natural.

Tem do outro lado pessoas cujo intestino não funciona bem mesmo (nesses casos tem uma patologia chamada “slow transit constipation”-constipação por transito intestinal lento) onde remédios mais complexos são utilizados e em alguns casos pode ser necessária uma cirurgia.

Para resolver seu problemas de saúde intestinal, agende uma consulta : juntos iremos resolver este desconforto.

Voltar para a página inicial